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Foto do escritorUriel Gonçalves

2020 não trouxe só um novo ano, mas sim um novo mundo

Não seria exagero dizer que o ano de 2020 nos reservou o maior trauma da nossa sociedade e a maior crise de nossas gerações. Pra quem cresceu ouvindo os avós e/ou bisavós contarem sobre histórias de guerra, ditadura militar ou imigração, nossos netos irão crescer escutando a história de como o planeta parou por causa de um vírus que ninguém conseguiu conter, e como nos enfurnamos em casa sem data pra sair.


Muitas pessoas ainda acreditam que a vida volta ao normal nos próximos meses, ou talvez nos próximos anos, porém a vida como conhecíamos até início de 2020 vai deixar saudades. Estamos vivendo agora uma aceleração de centenas de tendências que há muitos anos eram percebidos, e isso talvez transforme-se no nosso "novo normal".

Transformação Digital

Há tempos a gente vem falando sobre Transformação Digital e Maturidade Digital nas reuniões, sobre o Mundo VUCA e tudo mais, porém agora, houve uma aceleração digital nas organizações, com novos moldes de trabalho e novas formas de organização e criação. E esse caminho não tem mais volta. O que algumas empresas e até órgãos governamentais vem tentando há anos, os últimos dias aceleraram e mostraram como vai ser daqui pra frente. Escolas e universidades já estão operando on-line, com um batalhão de times operando milagres. Hospitais e médicos já entendem o valor, e a necessidade, da telemedicina.


E podemos seguir falando sobre os atuais líderes. Pode ter certeza que a maioria das lideranças atualmente, seja em cargos de alta direção de empresas ou em governos, jamais se planejaram para um cenário tão calamitoso como esse. Isso mostra que a liderança que nos trouxe até aqui não será a mesma que nos levará adiante.

Algumas lideranças ainda estão inertes e não aceitaram o que está acontecendo. Outras já entenderam e começaram a olhar para dentro de si, de como podem ser melhores líderes em ambientes totalmente diferente do que operamos nas últimas centenas de anos. O estilo de liderança daqui pra frente será como pais e filhos. Os filhos costumam copiar os comportamentos dos dos pais na fase de crescimento. O exemplo arrasta.


De tudo que vimos até agora, a única certeza que temos é que nos próximos anos teremos que nos reinventar. Veremos a reinvenção das nossas carreiras, das nossas empresas, das nossas relações e até do nosso dia-a-dia. Ideias utópicas como "renda básica universal" começam a fazer sentido (obrigado, Auxílio Emergencial). Modelos flexíveis de trabalho irão superar o modelo industrial. Num ambiente tão incerto como este, experimentos devem e precisam ser feitos.

Parece clichê, mas algum tempo atrás filósofos diziam que a internet e as redes sociais nunca nos deixou tão perto, porém tão longe dos outros, e agora podemos dizer o contrário, nunca estivemos tão longe, porém tão próximos quanto antes. A atual situação irá acelerar a aproximação das comunidades, e esse é o momento de se conectar com quem está ao seu entorno. A vida global acelerada, super conectada em aviões, dificilmente irá voltar tão cedo.


Além disso, já falamos sobre isso, não é mais "sobre mim, sobre meu pedaço ou sobre o que me compete", o espírito da generosidade irá ditar nossas ações, estamos todos conectados, juntos e alinhados em prol do coletivo. E assim seremos mais fortes. A generosidade já está acontecendo em prédios e bairros onde jovens oferecem a idosos ajuda para comprar algo na farmácia, no supermercado ou qualquer outra necessidade.


Uma geração que começa a entender que fazemos parte de um só lugar, e que linhas imaginárias que dividem países e regiões deixam de fazer sentido. Que a colaboração é mais forte, rápida e eficiente se trabalharmos juntos.


Talvez as fronteiras estejam fechadas, mas nossa capacidade de interação só aumenta a cada ano. Precisamos unir esse cérebro global não apenas na solução dessa pandemia, mas na construção de um planeta melhor.

A palavra de ordem nos últimos anos foi a inovação. A boa notícia é que ela será a mais essencial das habilidades daqui pra frente. Saber facilitar e trazer um ponto de vista alternativo a realidade vivida será crucial para atravessarmos mais esse desafio da humanidade.


É momento de união e expansão das nossas consciências. Não será mais como salvar seu emprego, seu cargo ou sua empresa. É momento de juntos construirmos algo que faça sentido para o coletivo. É a emergência de uma nova cidadania digital. Mais consciente, mais sábia e empoderada de ferramentas para solucionar os desafios mais complexos.

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